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segunda-feira, janeiro 11, 2010

Fim de Semana Alucinante do Café Irlanda + Novidades




Este último fim de semana foi cinematográfico para o Café Irlanda. Tensão, medo, descontração, invasão alienígena, ataque de animais selvagens, queijos e vinhos, narguiladas e DIVERSÃO!

Tudo começou com uma reunião informal nos domínios de Lady Nicolle, consorte do nosso whistler Daniel SeDivirta. Além do fato curioso que eu e o Daniel compramos a mesma garrafa de vinho (tava na promoção, pobre é f**), tivemos uma agradável conversa - falando sobre música, nossa banda, e sobre OVNIS e discos voadores - e passamos nosso primeiro esboço de música própria, uma versão com letra em português (escrita por mim, Caio) da famosa balada medieval inglesa "Scarborough Fair", já interpretada por artistas como Simon & Garfunkel, Sarah Brightman, Blackmore's Night, e Luar na Lubre (que fez sua própria versão em língua galega, "Romeiro ao lonxe"). A música eu rebatizei de "Caravela".

Comemos o queijo chic do Rique, e tomamos nosso vinho. Dormimos, e rumamos em direção às terras distantes da minha casa em Niterói. Aqui chegando, tivemos um excelente dia de ensaio (apesar da falta do bodhranaí Tiago Conall - também conhecido como Toinho do Pandeirão), acrescentando algumas novas tunes ao repertório, para sermos menos repetitivos, e para tentar nos preparar melhor com a suposta session com os Bangs.

Os Bangs são uma família de músicos canadenses que viajam o mundo por fazerem parte da equipe de artistas do Cirque du Soleil. O site deles é http://www.thebangsfamily.com/
E, de maneira aleatória, eles encontraram o Rique e o Daniel no Facebook, e nos convidaram para uma jam session com eles, que provavelmente rolará dia 18, ou no Irish Pub de Ipanema, ou no Hotel onde a família está hospedada. A família é composta por Bob Bang, que toca violão, as filhas Ella e Tessa, que tocam violino e dançam sapateado, e a esposa Lauree (que não sei o que toca). Só sei que uma das garotas, além de tocar violino monstruosamente, toca também concertina e bandolim (dancei, rs). Essa família já esteve em vários outros lugares no Brasil, no Nordeste, no Sul e em São Paulo. Em São Paulo, sabemos que eles também fizeram uma session com músicos locais, porque o Daniel encontrou referências a eles num outro blog de músicos que tocam música irlandesa em SP. Segundo os paulistas, os bangs são além de excelentes muito simpáticos, e a session com os bangs em São Paulo foi um sucesso. Esperamos que aqui também seja boa, embora a família tenha um repertório enorme de tunes irlandesas das quais só sabemos tocar em comum 5 ou 6 músicas. De qualquer forma, tenho certeza que será um encontro muito agradável.

De qualquer forma, voltando ao fim de semana. Ontem, assim que chegamos na minha casa, comemos um strogonoff carregado e maravilhoso que a minha mãe faz, e logo depois o Aluízio, que não pode comparecer na casa da Nicolle, chegou e foi forçado a comer. Tivemos a companhia do meu amigo Yuri Vidal (mais conhecido como O Anônimo ou Anon para os íntimos) e do já mencionado Phreddie Cadarn, membro da banda na parte de mídia, divulgação, hold e cachaceiro honorário, ídolo alcoólico do trio fanfarrão da banda: Tiago Conall, Daniel Sinivirta e Eu. Ao final do ensaio, sentamos um pouco e fumamos narguilé, enquanto conversamos. Então chegou a hora de partir. Todos foram para o ponto, mas Anon resolveu ficar e dormir por aqui. Esperamos, e esperamos, e esperamos mais um pouco pelo ônibus. Depois de esperar, aí esperamos mais um pouco. Depois disso, apareceu o ônibus deles e todos embarcaram. Até aí, o fim de semana de ensaio tinha acabado...



...mas, eis que eu e Anon conversávamos descontraídamente frente ao computador vendo bobagens do youtube quando toca o celular. É Rique. Atendo o telefone, e escuto sua voz vacilante e carregada de tensão e desventurança:
- Caio, estamos todos voltando para sua casa agora! Está tendo um arrastão na saída do seu bairro, o motorista voltou de ré na contramão, um horror! Estamos no chão, e vamos precisar dormir na sua casa!
Eu, é claro, fiquei branco e exclamei um grande e redondo -Q
Eis que então Anon e eu corremos para o ponto, e em desespero num ato de amor ao próximo alertamos às várias pessoas ao ponto, com olhares de medo e voz solene, que Niterói está sendo atacada. Bandidos do Rio, com o choque de ordem das Olimpíadas e da Copa do Mundo, estão fugindo para cá e tocando o rebu. É o caos: pessoas correndo nuas pelas ruas, explosões, militantes vegetarianos jogam coquetéis molotov sobre a polícia, a SWAT e o McDonalds, sobreviventes do LSD dos anos 70 andam com placas no corpo "2012 Meu Ovo: o Fim dos Tempos é Hoje - Não digam que não Avisei".

Ok, a parte do fim do mundo foi produto da minha mente doentia. De qualquer forma, o nervosismo reinou. Quando os heróicos músicos voltam do mesmo ônibus que foram, todos tremem, falam pelos cotovelos e Raquel ri loucamente. Madhouse total. Todos falam dos carros voltando em marcha ré, de todos abaixando no chão. O cobrador ajoelha-se e clama por Jesus Cristo (agora é sério), e todos pensam: Foodel de vez, vamos todos morrer. Todos contam as histórias ao mesmo tempo, o nervosismo é grande. Resolvemos que todos devem ir para a piscina e tentar relaxar do susto, e é o que fazemos. Weee! Que grande idéia. Ficamos naquela água quentinha narguilando e conversando. Os papos são os mais variados, quando de repente Daniel aponta para o céu e fala: OMG, que diabos foi aquilo!?
Eu novamente: -q
Ele aponta para o céu, e também o fazem Phreddie, Nicolle e outros. Todos estávamos atentos com o céu, porque Anon momentos antes tinha identificado vários satélites, que todos pudemos ver em movimento rápido no céu. Mas a estranha aparição era um objeto em forma de bumerangue voando rápido pelo céu, deixando um rastro prateado. Confesso que não vi nada, e disse que provavelmente era uma estrela cadente ou cometa. Daniel, no entanto, parecia transtornado (ele não é bom ator) e reafirmava que já tinha visto vários cometas e estrelas cadentes, e que o que acabavam de ver não era uma estrela cadente, e foi corroborado pelas demais testemunhas do fenômeno. A parte engraçada/bolante é que no momento da aparição nós estávamos falando sobre ufologia, e eu narrava o famoso caso das Máscaras de Chumbo em Niterói. Todos ficaram novamente nervosos, e descemos para lanchar.

Tralalá, todos nos enxugando, alguns tomando banho, Rique toma banho no banheiro que tem do lado da cozinha. Eis que de repente, minha mãe aponta para o chão e grita - "Ai cacete, uma --" E não completa a frase. Uma cigarra gigante levanta vôo para dentro da copa/cozinha, zunindo furiosamente. Ela voa e bate pelas paredes como uma fera enlouquecida, sedenta por sangue. Todos gritam e correm enquanto gargalham histericamente, é o CAOS novamente!!!1!!11!!!!um
Aluízio, por algum motivo, enrola uma toalha na cara, e Phreddie "Viking Selvagem" Cadarn enrola uma toalha na cabeça para evitar que a criatura se emaranhe em suas longas madeixas (a toalha parece com um turbante, e sua barba comprida lhe dá um aspecto de talibã dão hilário que somos forçados a fotografar. Infelizmente o cuzão do Daniel ainda não passou as fotos para o computador neste momento, então as fotos ficarão para uma próxima postagem). O monstro, em seu vôo de ira e destruição, é atingido três vezes pelo ventilador de teto. Rosna na primeira, é abalado na segunda, e tomba na terceira, indo parar no fogão, já ferida.
Todos já haviam corrido, e estão escondidos ou no pátio ou nos quartos e banheiros, sem coragem de voltar à cozinha. Eu pessoalmente tenho uma fobia insensata e insana de cigarras, assim como meu amigo Anon. O pavor é tão grande que não me atrevo a me aproximar da porta ou das janelas. Então nossos amigos entoalhados, armados pela coragem e pelo instinto cívico do dever a ser cumprido ante o acovardamento de seus camaradas, caminham heroicamente até a cozinha no intuito de aniquilar o ser que a todos causa tanto terror e inquietação. Em verdade vos digo que canções e poemas épicos de cavalaria já foram escritos por peripécias menos épicas do que a Caça à Cigarra. Sir Daniel Sinivirta joga um pano de prato sobre a vil criatura, e a segura em suas mãos, coberta e acorrentada pelo pano milagroso. Então, ele vê a mim e ao Anon trêmulos de medo do lado de fora, e seu semblante não poderia ser mais cruel e diabólico. Tendo a fera em mãos, assim como Frodo e o Anel na Fenda da Perdição, ele se corrompeu pelo Mal. Seu rosto assumiu ares cretinos, e pensou: 'É hora da maldade', assim como Macaulay Culkin em "Anjo Malvado"e eis que ele se lança atrás de nós com menção de jogá-la sobre nós, com um sorriso psicopata que teria deixado sem dormir o mais cruel general nazista.

Forrest Gump não conseguiria ter corrido mais do que eu e meu covarde amigo.

O canalha nos seguiu até o portão, com o monstro gritando e se debatendo nas mãos, e eu e o outro cagão corremos loucamente pela rua. Finalmente desiste, ante nossa agilidade desesperada, e joga o bicho no mato. Eu achei realmente que ele estava escondido atrás de alguma pilastra, esperando que voltássemos para jogar em cima da gente de novo. Por sorte, não estava. Demoramos uns 10 minutos para voltar para a casa, espreitando e se movendo de forma ninja, de maneira tão sublime que Snake do Metal Gear Solid ou o Prince of Persia não poriam defeito.

Uma vez dadas as gargalhadas, voltamos a nos sentar na mesa. Comemos e tentamos relaxar à mais esta agressão à nossos nervos e à nossa sanidade, quando ouvimos o som diabólico da besta se aproximar novamente pelo quintal, mais aterrorizante os tambores de guerra dos orcs Uruk-Hai ou a dança de guerra dos maoris canibais da Nova Zelândia, e sentimos o sangue gelar. Rique comenta: é ela. É ela! É ELA! AAAAAAAHHHHH!!!!1!!!!!11!1!!!!!!!11!!UM
E a mesma cigarra volta pela porta que saíra momentos antes. Todos correm em desespero mais uma vez aos berros, cadeiras são reviradas, e eu corri mais rápido que a velocidade da luz para fora da casa. Corri tão rápido que os meus camaradas não me viram sair de lá, justo eu que estava sentado contra a parede, com 3 pessoas me fechando entre a parede e a mesa. E eu cheguei no quintal antes delas, não há explicação. Quando voltei, meu sanduíche estava quase no chão e minha cadeira quase no teto. Mais uma vez, Daniel não escapou ao dever, e mais uma vez o cretino tentou me perseguir com a besta-fera nas mãos, como um sabre envenenado, como uma flecha de fogo, como uma AR-15 pronta para tirar vidas. Eu pulei pela janela em frenesi e pânico, batendo com a bunda no chão, e estrategicamente me escondi atrás da namorada dele, que também suava frio de medo. A Nicolle (que curiosmente é mais macho que ele próprio e todos nós quando o assunto não é insetos) ordenou-lhe que parasse, com mais autoridade que Gandalf parando o Balrog na ponte de Khazad-Dum nas minas de Moria. Rapidamente Daniel jogou o bicho fora novamente, mas dessa vez a quilômetros da casa.

Hoje, segunda-feira, já foram todos embora, pela manhã. E a graça não termina por aqui. Os que tinham que trabalhar foram para o trabalho de pijamas e roupas de ficar em casa, tendo que comprar coisas pelo caminho (como é o caso do Rique, que saiu daqui com uma calça listrada na vertical, camisa listrada na horizontal, e chinelos de dedo RISOS). Agora a parte mais cretina da história, a parte mais boçal e revoltante, a parte que fez o sangue de todos ferver e quase entrar em Blind Rage, tal como Tony Montana no jogo "Scarface: The World is Yours", foi descobrir o que REALMENTE aconteceu na noite trágica. Não houve arrastão nenhum, estava acontecendo na verdade uma festa infantil perto de onde eles estavam, e o transtorno de carros voltando da contramão e o simpático zelador da escola na esquina avisando que os carros parassem ou fizessem meia-pista para que os carros dos pais das criancinhas pudessem fazer o retorno antes fez com que todos ficassem desesperados achando que tinha um assalto, ou sequestro acontecendo ali na frente. O arrastão, na verdade, foi feito por criancinhas de chapeuzinho cônico soprando línguas de sogra e comendo brigadeiros.


Engulam essa.


4 comentários:

  1. Cara,

    Eu parcelei um tênis em OITO VEZES COM JUROS, eu deixei de almoçar para não me atrasar no trabalho, eu me atrasei e fui trabalhar vestido como um FÃ DO TEATRO MÁGICO PALHAÇO WANNA BE, eu deitei no chão de um ônibus da linha pendotiba para refletir a respeito da fragilidade da vida e da aleatoriedade das coisas no escuro, eu temi um pivete INEXISTENTE... Tudo isso por causa do niver de um PHETO insolente.

    Nadamaismelembro.

    Foi tudo lindo. rs

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  2. http://www.ofluminense.com.br/noticias/257013.asp?pStrLink=2,284,0,257013&indSeguro=0

    E agora, José?

    100+ 8)

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  3. Conversas de OVNis no sábado a noite já começaram a apimentar o fim de semana, pelo menos pra mim. Pensar nisso de noite não é mto saudável pra alguém como eu, q acredita em tudo, como gnomos e fadas.
    Domingo, derretendo no calor, fizemos um bom ensaio com direito a uma linda versão em português de Scaborour Fair feita pelo Caio, com um dueto vocal dele comigo. Muita comida e carinho pela parte da Patrícia, mãe do Caio, q nos aturou lá todo o domingo e inesperadamente numa parte de segunda. A experiência de estar dentro do ônibus com 2/3 da banda e correr o risco de passar pelo arrastão, deitar no chão do ônibus: Aluízio no Rique, Rique na Raquel, Raquel na Nicole, Nicole no Daniel, Daniel no Phreddie e o Phreddie a gozar (lol), pensar q eu fosse morrer pegando fogo dentro do ônibus com meus amigos foi algobem marcante mesmo. Eu ri desesperadamente, mas era de neroso, eu sempre fico rindo qdo estou nervosa. Lembro da carinha do abeigo Rique olhando meus sorrisos, achando q eu estava tranquila e confiante (lol).. memorável!! iuahuihauhauah fato q foi mto bom isso ter acontecido.. ficar na piscina no Caio com o pessoal, vendo o céu lindamente estrelado, reparando em satélites, OVNIs, constelações... relaxamos, imaginando q o fim da noite teria paz em nossos corações, mas com a cigarra nos amedrontando pela primeira vez e voltando pra se vingar de nós, fez com q nossos corações fossem testados novamente pela 4ª vez no dia. Contagem: 1° arrastão (comprovado no jornal O Fluminense no link q Phreddie postou acima); 2º Aparição do OVNI q só alguns viram; 3º Cigarra nervosa e descontrolada pela cozinha; 4º O Retorno da Guitarra - A Vingança. Sério, fomos mto testados domingo, e passamos no teste. Segunda eu estava com dores musculares por causa do nervoso, dor de gastrite (atacada qdo fico emocionalmente abalada), tosse nervosa, dor de cabeça, etc.
    Para finalizar, foi um prazer passar por esse teste com vcs, famiglia! Só espero q esses testes aconteçam bem esperadicamente, se não raramente! Pq se não haverá uma chacina da banda Café Irlanda e seus amigos.

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  4. rialto da narração nerd desesperada e extremamente exagerada do caio! ele nem precisava ter dito que era ele...

    thaise

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