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terça-feira, dezembro 08, 2009

Moving on - O Emocionante Relato Histórico de Caio Gregory


Muito bem.

Nesse post, gostaria de contar um pouco a história da nossa banda e prestigiar um personagem ainda oculto neste recente blog. Gradualmente, cada integrante contará a sua própria história, mas por enquanto eu começarei pela minha versão de como fui estar no lugar certo, na hora certa. Ok, vamos por partes.

Eu sempre gostei de música medieval, folk, folk metal, coisas do gênero. Nunca fui um grande conhecedor de música irlandesa até conhecer os meus companheiros da banda (o que não significa que hoje seja exatamente um expert), o máximo que eu conhecia sobre irish music era Enya, que eu gosto muito (e eu nem sabia que ela era irlandesa). Certo dia, por "acidente" (alguém ainda acredita em coincidências?) eu baixei uma música da Enya chamada "The Hills of Ireland". Não sabia do que se tratava, mas quando o download estava completo, ouvi pela primeira vez uma tune instrumental irlandesa. Era uma flauta com um sonzinho engraçado, junto com um violino e percussão. A música era essa:


Minha primeira reação, por qualquer motivo que fosse, foi levantar da cadeira e dançar loucamente, dançar como se não tivesse ninguém olhando. Meu irmão mais novo, Gabriel (futuro fiddler e aluno wannabe do Rique) também levantou-se e começou a dançar. Foi muito divertido mesmo; desde então comecei a baixar outras músicas relacionadas, e pesquisar as internets atrás de músicas irlandesas. As primeira coisa que encontrei (muito, mas muito clichê) foi a trilha sonora do Titanic. De qualquer forma, o que restou disso foi conhecer a banda Gaelic Storm, muito boa, que no filme é a banda irlandesa que está tocando na terceira classe do Titanic na cena do Jack e da Rose dançando.

Música Irlandesa, OK. Ainda assim, não vislumbrava a possiblidade de tocar isso. Queria mais uma banda de folk medieval, estilo para o qual fiz algumas composições. Porém, o fato de não considerar isso não significa que, uma vez tendo essa possiblidade, não a tenha abraçado com animação e felicidade, sendo uma das grandes alegrias da minha vida atualmente. De qualquer forma, o interesse pelos povos celtas me fez colar com uns colegas meus da Faculdade de História da UFF (curso do qual sou estudante) que se dedicam à História Antiga. Logo no meu primeiro período, houve um simpósio em São João del Rei - MG sobre história de tribos Celtas e Germânicas (nome politicamente correto das tribos bárbaras da antiguidade), onde conheci o amigo metaleiro e blogueiro Wesley, responsável pelo seu blog pessoal Ocium Magnum e contribuinte do blog Arise!, e além de fazer outros grandes amigos, conheci um simpático mineiro chamado Bruno Maia, que assistia a apresentação das comunicações e palestras no pequeno auditório. Um sujeito enorme, bonachão e tranquilo, parecendo um grande troll pacífico, que é o vocalista e guitarrista da banda de folk irish metal que eu estava viciado na época, o Tuatha de Danann, de Varginha-MG. Lá, tive a oportunidade de tomar com ele uns cafezinhos e umas cachaças entornadas em cálices de chifre com os nobres guerreiros nerds das federais do Rio de Janeiro que estavam no mesmo alojamento.


Bom, e o que isso tem a ver com a banda?
Ora, tudo a ver. Neste mesmo dia, em que eu apareço com meu rockstar favorito do momento na foto do começo do post, naquela bolsa preta em minha mão ali, está o CD de um tal "projeto solo" do Bruno que ele estava falando a beça sobre, um tal de "Braia". Achei o anagrama do nome da banda com o nome dele muito, erm, 'espirituoso', mas quem sou eu pra falar do nome da banda dos outros, não é mesmo?. De qualquer forma, além de o Braia ser uma influência importante na minha formação de música celta, o Wesley, sabendo da minha vontade de formar uma banda folk, tinha uma amiga que na época também queria uma banda e que, assim como eu e ele, estudava na UFF. Juntando tudo ele resolveu nos apresentar. A amiga, no caso, é a Raquel Torres, que atualmente é minha grande amiga e companheira de banda, no violão e nos vocais. Ficamos logo amigos, mas por razões diversas, acabamos nos afastando logo e nosso contato ficou... remoto. De qualquer forma, o desejo de levar a banda adiante permanecia.

Muitos meses depois, na barca a caminho do trabalho, eis que este pequeno duende surge saltitando numa roupa formal ao meu lado e eu descubro que ela trabalha no prédio ao lado do meu. Voltamos a nos falar, e ela está animada porque começou a frequentar e postar em uma comunidade no Orkut, uma tal de Irish Jam Session RJ, moderado por um sujeito aí chamado Daniel Sinivirta, que atualmente toca um certo apitinho irlandês - e ele ficou puto com o último post e mandou dizer, me chamando de burro e xingando a minha mãe, que "tin whistle" não significa 'pequeno apito' como eu disse, e sim 'apito de latão', o que de uma forma ou de outra é um apito, diabos. Enfim, mas isso não é importante. O importante é que naquela comunidade, como quem clicar no link acima poderá constatar stalkeando nossos tópicos antigos, conhecemos várias outras pessoas que tocavam instrumentos alternativos ao cenário musical brasileiro, querendo marcar uma jam session no Rio. P'ra quem não sabe, uma jam session é nada mais nada menos que uma versão irlandesa de uma roda de choro ou roda de samba, onde músicos reúnem-se em bares (os famosos 'pubs') para tocarem pelo simples prazer de tocar e manter viva sua cultura. E então, finalmente, foi marcada a data fatídica, no Irish Pub de Ipanema, no dia 18/07/09. Naquele dia, todos nos conhecemos, e em um primeiro momento, foi um fiasco estrondoso. Fiasco, porque nem eu nem a Raquel sabíamos tocar nenhuma tune irlandesa, o Daniel sabia algumas, e o cara que a gente também tinha acabado de conhecer e que tinha levado um pandeiro enorme (eu vou apanhar muito dele por isso, g-zuz), um tal de Tiago Conall, já tinha um conhecimento prévio da parada. Teve também um sujeito que ficou caladinho no canto dele, tocando na dele, um sujeito que se identificou como Aluízio, tocando baixo. No dia, não deu pra ouvir nada do que ele tocou. Sabíamos 3 músicas em comum, e ficamos tocando essas 3 músicas durante uma hora, até que o dono do pub começou a querer expulsar a gente.

TUDO PARECIA PERDIDO!, até que aquele sujeito ali no canto tocando um instrumento que parece uma AK-47 surge pela porta do pub, e seu instrumento roncador toma o ambiente. Experiente em sessions irlandesas, ele puxa músicas e eu, muito malandrinho e bom improvisador, fui atrás na mais falcatruante e criminosa firula. Este personagem é Alex Navar, que toca uma Uilleann Pipe, a gaita-de-fole nacional da Irlanda.
Quando termina a apresentação, eis que o simpático e baixinho piper nos convida para dar prosseguimento àquela session em seu apartamento em Copacabana, e eis que eu, Aluízio, Daniel e Tiago aceitamos este desafio. A partir daí, o apartamento do Alex tornou-se nosso quartel-general e teatro de operações, onde aprendemos muito sobre música irlandesa, eu principalmente, e aprimoramos nosso repertório. É de se perder a conta de quantas tardes divertidas passamos lá, tocando e ralando p'ra entrar no feeling da trad irish music. Gaiteiro formado pela Escola de Uilleann Pipes de Cork, na Irlanda, Alex é atualmente - coincidência? - o gaiteiro oficial da banda Braia (!) citada anteriormente. Atualmente ele é conhecido como nós do Café Irlanda como The Godfather ou "O Padrinho", pela força que nos deu e pela influência que exerceu sobre nós. Hoje seguimos caminhos distintos e independentes, mas não diferentes, uma vez que costumamos nos apresentar conjuntamente na franquia The Irish Pub do Rio de Janeiro. Um dia, a o grupo aprendeu a andar com os próprios pés e buscar sua própria sonoridade, este foi o momento que houve a separação entre Alex Navar e Café Irlanda, separação pero no mucho. Atualmente somos todos grandes amigos, e nosso trabalho ainda anda de mãos dadas, embora tenham sido desatados os velhos nós, a tempos atrás. Desde então, seguimos uma estrada de alegrias, vitórias, dificuldades e música.

Gostaria de terminar este post fazendo uma homenagem às milhares de outras pessoas que estiveram lá desde o início, nos ajudando, nos prestigiando, mas que não entraram ainda nesse relato. Em especial, a um serelepe sujeito que é um membro da banda, mas um membro oculto, que até então foi explorado, massacrado, sem pedir nada em troca. Abusamos de sua amizade, mas chegou a hora de reconhecer seu trabalho e sua amizade! Chegamos ao momento de, literalmente, ir ao "detrás das câmeras" ou ao backstage do Café Irlanda.
Este sujeito que esteve lá desde o nosso ensaio aberto na Lagoa, e que é responsável por 90% da nossa mídia, incluindo marketing pessoal (e isso conta muito porque esse sujeito conhece todo mundo), filmagens e fotos. Este sujeito é ninguém mais ninguém menos do que o grande phanpharrão Phreddie Cadarn, que se resolvesse cobrar direitos sobre todo o trabalho que teve conosco até então, sem nenhum reconhecimento senão nossa mal-manifestada gratidão, ia quebrar todo mundo legal HAHAHAHAHA (é brimks, ok phreddão?)


Este beberrão merece palmas! Se não fosse por ele, não seríamos o que somos hoje. Pelação de saco dupla neste post mas tudo bem, ambos merecem.


Com isso concluo meu pequeno post (haha sou um cretino). Have fun, e acompanhem nosso blog que isso aqui tá bão demais.

Abraços a todos! Sláinte!

Caio Gregory


7 comentários:

  1. Adorei nossa históra da banda pela sua visão, Caio. Vc lembrou de coisas bem memoráveis, além de começar pelas suas próprias experiências com a música irlandesa. Muito bom vc ter citado Bruno Maia (grande ídolo inspirador); Alex Navar, (nosso amigo, padrinho e professor) e Phreddie (amigo, fotógrafo, câmera man, conselheiro, companheiro de baladas e bebedeiras). Mto bom a gente citar essas pessoas q são super importante pra nós, portanto, sugiro para num post futuro homenagearmos amigos-fãs q sempre nos acompanham nos shows.. pois eles tb merecem! =)

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  2. Bem maneira a idéia do blog. Espero que vocês o atualizem sempre, pra não deixar a parada morrer.
    Espero que, por ter apresentado Raquel e Caio, eu ganhe algum dinheiro com essa banda de vocês.
    Abraços

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  3. ahaha
    Amay. Nem eu conhecia essa parte da história da banda!
    -__-'

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  4. To vendo q eu e Caio vamos ter q dividir parte do nosso cachê com o Wesley O_O IUHAUIAAIHAIHAUIHAUIAHUIAHUIAH

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  5. Nossa, muito interessante a história de vcs!!!!
    Não sou estudante da UFF (por enquanto, até eu entrar na pós, no ano q vem, se Deus quiser!), mas sou formada em Historia pela Candido Mendes, q tb é uma ótima faculdade no que se trata da matéria.
    um abraço fraterno a todos....

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  6. Eu tenho um blog, que é sobre inúmeros assuntos interessantes, inclusive postei um sobre a historia da Irlanda e seus costumes, além de algumas fotos do local.
    Deem uma olhada,espro que gostem!!!
    Posteriormente farei um sobre vcs, se me permitirem.
    http://akiramistika.blogspot.com/
    "Miscelanea Cultural"

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